06 de maio de 2022
Por Silvia Alves e Amanda Matias
Em janeiro de 2004 surgiu o termo ESG, quando a ONU decidiu solicitar que empresas e organizações acatassem princípios voltados para o meio ambiente, em busca de soluções mais sustentáveis, além de adotar práticas administrativas mais eficientes.
O termo em inglês quer dizer environmental social and governance, a tradução significa “ambiental, social e governança”.
O ESG aborda aspectos econômicos, ideológicos e o futuro do nosso planeta.
Cada letra possui um significado, veja abaixo:
No Brasil ainda não existe uma lei específica referente ao ESG, porém algumas leis nacionais têm objetivos similares.
Ainda que não haja nenhuma obrigatoriedade em aderir essa estratégia, o Brasil tem se feito presente, o ranking “Best for the World” premia empresas com as melhores performances em contribuição para o bem estar socioeconômico, no ano de 2021, entraram na lista 39 empresas brasileiras, como, Arueira Ambiental no quesito meio ambiente, ou Pragma no quesito governança.
Não é à toa que muito se fala sobre fomentar o ESG na indústria da construção civil, um dos motivos para isso é o nível de impacto ambiental associado à construção de edifícios e demais empreendimentos.
Por mais que as obras sejam extremamente reguladas e fiscalizadas, ainda sim há uma preocupação em temas como:
O consumo de recursos naturais, de acordo com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o setor de construção civil responde pelo consumo de até 75% dos recursos naturais extraídos no Brasil, por exemplo, a energia gerada abastece a operação das edificações, os conhecidos canteiros de obras.
A poluição atmosférica, visto que a fabricação do cimento, cal, cal, aço, concreto entre outros insumos, é altamente poluente e libera dióxido de carbono. É preciso examinar os materiais usados durante a construção.
A geração de resíduos, durante a execução de obras, caso não seja utilizado materiais corretores, há uma grande criação de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), a atividade é responsável por mais de 50% dos “entulhos”, entre construções e demolições.
Ainda, segundo o relatório “Global Alliance for Buildings and Construction - Global ABC 2020”, edifícios e construções geram quase 40% das emissões de CO2 do mundo.
Sabemos que os impactos são pertencentes à atividade econômica, e o quão representativo é esse setor para a economia brasileira, traz um volume alto de geração de empregos e renda. Somente em 2021, segundo o CBIC, a construção Civil registrou aumento de 150% na criação de novas vagas, com carteira assinada.
Por isso, é tão urgente quanto necessário a aplicação das políticas de preservação ao meio ambiente e reforçar o compromisso social, sobre o qual iremos aprofundar nos próximos tópicos - continuem apreciando a leitura ;)
O surgimento de um novo empreendimento traz junto uma bagagem de mudanças para a região, foi o tempo em que uma organização teria apenas a responsabilidade de entregar serviços ou produtos de qualidade, agora é necessário que se pense em como impactar positivamente todo aquele território.
É de suma importância, por exemplo, que haja acessibilidade para pessoas com deficiência, não apenas para valorização do edifício, já que numa ação como essas é capaz de aumentar em até 15% os olhares, mas também a busca por uma ação humanitária agregando valor social, sem contar que segundo o IBGE 23,9% dos brasileiros apresentam algum tipo de deficiência.
É muito comum que novos empreendimentos gerem mais renda à região, aumentando o giro do comércio, como farmácias, academias, lojas e restaurantes, já que haverá consumo dos novos moradores.
Além disso, a viabilidade das novas edificações muitas vezes envolve temas como mobilidade e segurança.
Todos os fatores citados beneficiam a comunidade local.
Além de ajudar os problemas socioambientais, a onda de sustentabilidade poderá reduzir custos operacionais, como energia e água na etapa de obra e desenvolvimento de produtos.
Há várias metodologias que podem ser avaliadas e implementadas nos canteiros de obras, tais como, dispositivos para economia de água - arejadores e reguladores de vazão, redutores de pressão entre outros, sistema de captação de água da chuva, instalação de sistema de reutilização de água para minimizar a necessidade do uso de água potável.
Entendemos o grande desafio que é gerenciar os gastos de energia durante as edificações, nos últimos anos a construção civil tem se destacado como o setor de maior demanda energética do mundo, portanto é a hora de realizar mudanças.
O pensamento de eficiência energética procura não somente soluções para a obra em andamento, mas que se estendam após a entrega, sendo assim foram desenvolvidas inúmeras iniciativas, como: vidros inteligentes que filtram a radiação solar, telhado verde que é capaz de filtrar o gás carbônico e reduz a temperatura do prédio ,sistemas de isolamento térmico e até mesmo sensores de desligamento automático para as luzes dos ambientes de uso coletivo.
Ainda nesta linha, durante uma entrevista o Felipe Faria, presidente da GBC, reforçou a redução das despesas operacionais, construções que diminuem, em média, 25% dos custos com energia, e de 40% a 60% os custos com água, além minimizarem entre 65% a 80% dos resíduos gerados enviando para reciclagem, em vez de mandarem para aterros.
Observando por um novo prisma, também é possível atrair olhares de investidores, dado que que esta é uma importante métrica mensurada e avaliada por bancos e fundos de investimento.
Com uma visão de futuro, o jornal Folha de São Paulo divulgou uma matéria otimista que aponta uma informação estimada pela Bloomberg (empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro) onde eles afirmam que o ESG deve atrair 53 trilhões de dólares em investimentos até 2025.
Não aderir a esse movimento é sinônimo de negócio estagnado, já que segundo um relatório publicado em 2021 pela PWC (multinacional de consultoria e auditoria) 77% dos investidores institucionais pretendem não investir em produtos que não estejam vinculados ao ESG em um intervalo de 2 anos.
Não somente potenciais investidores, mas também os próprios clientes valorizam e compram ideias sustentáveis. Este poderá ser um grande diferencial competitivo para seu produto.
Estudos recentes, como a "Pesquisa sobre vida saudável e sustentável”, feita pela consultoria GlobeScan em 27 países, apontam que o consumidor brasileiro está mais consciente e preocupado com questões ambientais e compromissos sociais.
Viu só? Importante manter a mente e os olhos bem abertos, heim?
Uma iniciativa voluntária que fornece um direcionamento para o crescimento sustentável, por meio de lideranças corporativas, comprometidas e inovadoras, foi o pacto global da ONU que no ano de 2004 publicou o termo ESG. A organização da ONU assume também o compromisso em contribuir no atingimento dos objetivos determinados pela Agenda Global de Sustentabilidade 2030.
A agenda 2030 da ONU é um plano de ação global que reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e 169 metas com foco na erradicação da pobreza e uma vida de qualidade, a ideia é que esses objetivos sejam cumpridos até o ano de 2030.
Os 17 objetivos são:
O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) foi criado no ano de 2005, financiado pela International Finance Corporation (IFC), parceiro financeiro do Banco Mundial. É um instrumento de análise de sustentabilidade das empresas dentro do B3 ( bolsa de valores).
ISE busca desenvolver dentro das organizações um pensamento de investimento compatível com a sustentabilidade, esse interesse surgiu após a ascensão do ESG que traz bons frutos aos negócios.
Para fazer parte do ISE é necessário que a empresa esteja dentro de alguns requisitos, sendo assim é realizado alguns questionários e preciso apresentar documentos que comprovem suas ações sustentáveis.O processo foi desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas.
O processo de seleção foi realizado com base em sete dimensões, que avalia diferentes vertentes da sustentabilidade.
O ISEB3 informa os seguintes aspectos para seleção:
Esses dois termos se não bem definidos podem causar uma certa confusão, mas vamos te explicar como funciona.
A filantropia não está diretamente ligada aos interesses de uma empresa, de forma mais simples, a filantropia preza por boas ações que possam beneficiar uma outra pessoa, onde não haja interesse em receber algum tipo de benefício por isso. Como por exemplo: Uma organização realiza uma doação de brinquedos no dia das crianças, ou distribui alimentos perto do natal.
Responsabilidade social se trata de empresas que se comprometem a incluir dentro de sua estratégia comportamentos e ações que tragam benefícios para a sociedade e também retorno para a organização. Um exemplo muito claro são as que optam por serem responsáveis com o meio ambiente, e adotam um selo de responsabilidade com a práticas sustentáveis.
Agora que você já sabe sobre a importância de aderir à sustentabilidade e ter alguma responsabilidade social para a sua empresa, vamos explicar abaixo como implantar isso no seu negócio.
Segundo a KPMG Brasil, é possível inserir esse método em sua empresa a partir de 7 passos. Sendo eles o seguintes:
A inserção também pode ocorrer com um auxílio de uma com consultoria voltada para a inserção de ESG para empresas, como por exemplo GO4 consultoria, MGN consultoria e etc.
Agora que você já sabe tudo sobre ESG, não se esqueça que a aprovação depende da bolsa de valores, e das consultorias de índices S&P e MSCI.
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